Precisamente no início do ano, eis que chega ao RIAS um caso insólito – uma cegonha-branca (Ciconia ciconia) que apresentava todas as penas primárias e secundárias cortadas. Sim, cortadas!
Não sabemos quem o fez, nem em que circunstâncias, mas sabemos que não foi um acidente. Para além disso, chegou ainda com uma corda na pata direita. Mais um indício de que estava a ser mantida em cativeiro.
Estava bastante magra, desidratada e apresentava um ferimento na asa direita e na quilha (osso mais sobressaído no peito), resultante de estar deitada demasiado tempo. Mas apesar de tudo isto, havia motivo para esperança.
Administrámos fluídos sub-cutâneos e uma solução multivitamínica para compensar esta debilidade, e deixámo-la repousar.
Desde que chegou, sempre aceitou o alimento sem necessidade de forçar, o que tem contribuído para a recuperação da sua condição física.
Uma semana mais tarde, e já visivelmente melhor, pôde ser transferida para uma instalação exterior, onde terá que ficar durante vários meses, até que todas as penas cresçam. Dada a possibilidade de surgirem complicações durante o processo, a equipa ainda está bastante reticente quanto à sua evolução, e por isso irá continuar a monitorizar atentamente esta cegonha.