O RIAS tem duas crias de noitibós-de-nuca-vermelha (Caprimulgus rufficolis) em recuperação. Como mestres da camuflagem, passam muitas vezes despercebidos ao olho humano, não sendo o caso destes dois jovens. Encontrados e recolhidos em Loulé e Vale do Lobo, por particulares, que os trouxeram até nós.
PORQUE SÃO TÃO ESPECIAIS?
Esta espécie é fascinante, não apenas pela sua aparência, mas pelos seus hábitos noturnos e crepusculares.
Os noitibós são particularmente especiais por serem das poucas aves insectívoras noturnas, durante este período caçam insetos em pleno voo, desempenhando um papel importantíssimo no controlo das populações de invertebrados.
Como migradores estivais, em Portugal, recebemos a visita destas aves na primavera e verão, chegando o outono, em meados de setembro outubro, regressam a áfrica onde passam o inverno.
A Península Ibérica é o único ponto, de toda a Europa, onde esta espécie ocorre e reproduz!
PRINCIPAIS AMEAÇAS
- Destruição e degradação de habitat
- Intensificação da agricultura
- Intensificação de florestas de produção
- Atropelamento
- Agroquimicos, como pesticidas e inseticidas
CAUSAS DE INGRESSO
Quando chegamao RIAS, a maioria dos noitibós com lesões físicas sofreram algum tipo de colisão, quer com infraestruturas não naturais, como janelas, ou por atropelamento. Sendo esta a suspeita de entrada de um dos nossos jovens. Durante o exame físico realizado pela nossa equipa de veterinários, foram detetados hematomas em distintas partes do corpo e uma fratura da clavícula.
Outra das causas comuns de ingresso da espécie é a captura acidental. Dado o seu comportamento, os indivíduos permanecem imóveis no solo durante longos períodos, sendo facilmente confundidos com animais debilitados ou magoados. As crias e aves mais jovens, de capacidade de voo reduzida, são as mais suscetíveis, devido à sua inexperiência, mantêm-se estáticas, sendo facilmente capturadas.
O segundo noitibó, de plumagem pouco desenvolvida típica de cria, ingressou no RIAS sem qualquer lesão física, o que sugere que esta seja a sua causa de ingresso.
A ROTINA NO RIAS
No RIAS estes dois jovens recebem tratamento VIP!
Para se sentirem confortáveis, foi criada uma instalação que se aproximasse ao máximo do seu habitat natural.
Os noitibós permanecem pousados no solo durante longos períodos, assim optamos por usar material vegetal seco como substrato, esta além de confortável, assemelha-se aos solos arenosos do seu ambiente natural. Como refúgio colocamos apenas umas pequenas e dispersas herbáceas, dado a preferência desta espécie a áreas abertas, com pouca vegetação.
Enquanto recuperam têm ainda direito a pensão completa. Os nossos técnicos alimentam-nos três vezes ao dia, com três riquíssimas refeições de, nutritivos e calóricos,tenébrios (Tenebrio molitor).
ENCONTREI UM NOITIBÓ, O QUE FAÇO?
Agora que conhece e estará mais atento à presença do noitibó-de-nunca-vermelha, caso encontre esta ave pousada no solo, evite aproximar-se. Observe com alguma distância e, se esta lhe parecer magoada ou debilitada, entre em contacto com o centro de recuperação mais próximo, desta forma, o técnico irá ajuda-lo a perceber se é ou não necessário interferir.