Recentemente, foi entregue no RIAS, um ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus) .. digamos .. gigante. Tão grande que tivemos que olhar duas vezes para confirmar que era mesmo a espécie de ouriço que existe no nosso país.
À parte da admiração da equipa, foi então realizado o exame físico. Estava com excesso de peso, apresentando 1.800 g (comparativamente, um ouriço adulto tem entre 500 a 1.200 g) e as suas unhas mostravam claramente o pouco uso que lhes era dado – havia sobrecrescimento. Estes são sinais compatíveis com cativeiro ilegal.
Poucos dias mais tarde, foi submetido a sedação para podermos intervir e cortar-lhe as unhas.
Apesar dos nossos esforços, este ouriço acabou por não sobreviver. A sua necrópsia permitiu observar uma quantidade enorme de gordura sub-cutânea e abdominal, assim como alterações no fígado, consequência do excesso de gordura.
Apesar de aceitarem comida de cão e gato, os ouriços-cacheiros devem alimentar-se daquilo que é natural na sua dieta – insetos, frutos, minhocas, caracóis e ovos de outros animais, por exemplo.
Queremos com isto alertar para as implicações de alimentar animais silvestres, e apelar a que não o faça, pelo bem destes animais.
Em caso de dúvida, se o animal parecer mal nutrido, poderá entrar em contacto connosco para saber como proceder.