Lembra-se da águia-calçada (Hieraaetus pennatus) que ingressou no RIAS com sinais de ter sido mantida em cativeiro?
Esta ave apresentava várias penas da cauda e das asas partidas. Adicionalmente apresentava uma severa pododermatite em ambas as patas, e um abcesso aberto na pata esquerda, para além de um sobrecrescimento das unhas. Estas são algumas das consequências de manter aves em instalações inadequadas, e que causa um grande sofrimento físico e mental para o animal.
Evoluindo gradualmente dos ferimentos que apresentava nas patas, ficou por resolver as penas partidas. Estas iriam demorar anos a serem totalmente substituídas, e por isso, a equipa de reabilitação decidiu recorrer ao enxerto de penas – Imping – para que a águia pudesse voar na perfeição sem necessidade de esperar pelo crescimento de novas penas.
As penas usadas para este procedimento foram-nos gentilmente cedidas pelo Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens (CERVAS), sediado em Gouveia, e tal como o RIAS, também gerido pela Associação ALDEIA.
Tudo na recuperação desta águia continuou a correr como esperado e foi finalmente devolvida à Natureza pelo Moisés, o responsável pelo nosso Departamento de Reabilitação, e pelo Imping das nossas aves.