No final de janeiro, chegaram ao RIAS dois bufos-reais (Bubo bubo) provenientes do Alentejo.
Um deles apresentava uma lesão na asa direita que o impedia de voar.
Esteve durante algumas semanas numa câmara de recuperação interior para que pudesse repousar e ser vigiado de perto.
Está atualmente numa instalação maior no exterior – o nosso túnel de 50 metros -, onde poderá treinar o voo e recuperar forças.
O outro bufo aparentava estar numa situação mais complexa. Tinha queimaduras contralaterais (asa esquerda e pata direita), sinais claramente resultantes de eletrocussão.
Para tratar esta ave foi aplicado um creme para queimaduras e aloe vera diretamente nos ferimentos, e administrados fluídos sub-cutâneos, anti-inflamatório e antibiótico.
Geralmente, aves que chegam vivas a centros de recuperação apresentam muitas vezes um avançado estado de debilidade e/ou graves ferimentos, e por isso, a taxa de recuperação de animais eletrocutados é bastante baixa. O ano passado, das 11 aves que ingressaram eletrocutadas e ainda com vida ao RIAS, apenas duas recuperaram e foram libertadas.
Apesar dos esforços empregues na sua recuperação, este bufo não sobreviveu. Fará agora parte da triste maioria de aves que não sobrevive a eletrocussão.
O que causa a eletrocussão?
Dado o seu tamanho, aves de rapina de grande porte estão mais suscetíveis a serem eletrocutadas. Espécies com estatuto de conservação ‘Criticamente em Perigo’ e ‘Em Perigo’ – como a Águia-imperial-ibérica e a Águia de Bonelli, respetivamente – são particularmente afetadas pela eletrocussão, acabando por ser um dos fatores importantes na redução do seu efetivo populacional. Mas várias medidas têm sido implementadas com o objetivo de prevenir ou minimizar a eletrocussão. Saiba mais ? AQUI