Cágado-mediterrânico ingressa no RIAS por cativeiro ilegal

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Infelizmente, ainda é desconhecido para grande parte da população, que capturar/resgatar um animal da Natureza e mantê-lo em casa, é ilegal, como publicado no Decreto n.º 49/2005 de 24 de Fevereiro.
Como já referimos várias vezes, isto aplica-se a aves (águias, falcões, melros e até mesmo pardais, entre outros), mamíferos (raposas, ouriços, morcegos, entre outros), mas também a répteis, como camaleões ou cágados. 

Uma das principais causas de ingresso de cágados é cativeiro ilegal!

Desde o início do ano já recebemos 8 cágados nesta situação.



Durante o exame físico a um cágado-mediterrânico (Mauremys leprosa) ingressado neste mês de Abril, foi possível identificar uma otite no ouvido direito (imagem em baixo) provocada pela falta de higiene do local em que se encontrava. Até à data, a equipa do RIAS nunca observou esta inflamação em cágados encontrados na Natureza.
Otite visível no ouvido direito.

Foi também observada uma inflamação das pálpebras por falta de vitaminas (Hipovitaminose A), provocada pela alimentação inadequada a que esteve provavelmente sujeito (apenas camarão seco). 

Para além destes sinais, cágados em cativeiro podem ainda desenvolver: 
– Hipocalcemia: provoca malformações na carapaça devido, mais uma vez à alimentação inapropriada.

Cágado-mediterrânico com hipocalcemia.

–  Shell Rot: infeção do plastrão (parte ventral, oposto à carapaça) e/ou carapaça provocada por bactérias ou fungos, que poderão existir na água de terrários e aquários. Este tipo de infeção acontece geralmente aquando da colocação dos animais em substratos inadequados, que irão desgastar os tecidos do animal, e facilitar a entrada de microrganismos patogénicos (bactérias e fungos).
Plastrão com shell rot evidente.

A grande maioria dos cágados que ingressam no RIAS por cativeiro ilegal apresentam uma ou mais destas patologias. Sem um tratamento adequado podem conduzir a uma pioria do estado do animal, e em casos extremos, à sua morte.
Queremos destacar, mais uma vez, que a melhor forma de ajudar um animal selvagem ferido, é entregá-lo no centro de recuperação mais próximo. 
A equipa veterinária é experiente no tratamento de fauna selvagem, e será a melhor aliada no bem-estar destes animais.

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