Noitibó-de-nuca-vermelha (Caprimulgus ruficollis)
O noitibó-de-nuca vermelha (Caprimulgus ruficollis) é uma ave nidificante estival que pertence à família Caprimulgidae e encontra-se confinado à Península Ibérica e ao noroeste de África, nidificando na África Subsaariana. Esta ave com cerca de 30 a 34 cm de comprimento e 60 a 65 cm de envergadura apresenta longas asas pontiagudas com manchas brancas, uma banda avermelhada na zona da nuca, pescoço e garganta e uma restante plumagem castanha, malhada de preto e cinzento, o que funciona como um excelente método de camuflagem ao torná-lo quase invisível no solo entre a vegetação, onde repousa imóvel durante o dia.
“Requer solos sem vegetação e arenosos, com cobertura dispersa, alguns com arbustos ou árvores e frequenta habitats mistos de bosque e zonas abertas ou mesmo matos. Prefere locais próximos de zonas húmidas como rios, açudes, arrozais e caniçais. Nidifica em depressões no solo, em zonas abertas ou no meio de arbustos pequenos e dispersos. Dorme achatado ao longo de um ramo ou no solo, em zonas florestais ou arbustivas. Também descansa em estradas, durante a noite. Em Portugal, a espécie dorme regularmente em rochas, em zonas com pequenos arbustos. A procura de alimento é uma actividade crepuscular e nocturna. Alimenta-se de insectos, abrindo a sua boca de grandes dimensões e caçando-os em voo, ou no solo. Existem evidencias de se reunirem para comer, onde se associam ao C. europaeus. Não existe informação sobre o sistema de acasalamento, nem da duração da relação. Sabe-se no entanto que ambos os progenitores cuidam das crias. Provavelmente é uma espécie solitária.” (at Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, ICNB, 2006)
No que respeita à sua distribuição em território português, esta ave ocorre principalmente no interior do Alentejo e Algarve. No geral, considera-se que está em declínio, sobretudo como consequência do declínio do seu habitat, do uso de pesticidas (os agro-químicos provocam uma diminuição das populações de insectos e uma redução da eficácia reprodutiva), para além da mortalidade causada por atropelamento, cujo impacto negativo pode ser significativo na espécie.
Em 2005, o ICNB atribuiu-lhe o estatuto de espécie “vulnerável”.