No dia 17 de novembro, foram devolvidas à Natureza 33 gaivotas, aqui mesmo na Quinta de Marim, em Olhão.
Dois dias mais tarde, recebemos informação sobre uma gaivota que apareceu ainda no dia 17, na varanda da Margarida, em Armação de Pêra.
Questionada se seria a mesma gaivota que a visita há já nove anos – e que desapareceu em setembro -, a Margarida enviou-nos um e-mail com a fotografia abaixo. Tudo indicava que seria a mesma, pois a membrana interdigital da pata esquerda apresentava uma lesão antiga, facilmente identificável. Mas … esta ave estava anilhada.
Com base na informação que nos foi dada, descobrimos que esta gaivota-de-patas-amarelas (Larus michahellis) ingressou no RIAS em meados de setembro com sintomas compatíveis com intoxicação gastrointestinal (diarreia e desidratação) e paralisia, como muitas das gaivotas que recebemos. Bastante fraca, foi necessário administrar fluídos sub-cutâneos e, durante alguns dias, alimentá-la com recurso a uma sonda. Duas semanas mais tarde, já se encontrava de pé e a comer sozinha.
Em outubro foi transferida para instalações exteriores, onde começou a voar e a recuperar forças. A recuperação total da sua condição física, veio a revelar-se essencial para voltar a visitar a sua amiga Margarida, em Armação de Pêra.
Ao que parece, e citando a Margarida, esta gaivota ” já conquistou o seu território, que tinha sido ocupado por outro. Hoje ao fim da tarde, constatei que está prestes a conquistar a companheira de longa data”.
Este é mais um caso de gaivotas devolvidas à Natureza na Quinta de Marim, e que rapidamente regressam ao local onde foram recolhidas.
Das milhares de gaivotas anilhadas no RIAS, muitas foram mais tarde observadas, refletindo o trabalho do centro, e comprovando a importância destas marcações. Como seria de esperar, a maioria das observações são feitas em Portugal, mas é de salientar os registos de aves na Islândia, Alemanha e outros países do norte da Europa.
Todas as fotografias foram carinhosamente cedidas pela Margarida.
Uma resposta
What a lovely story. Seagulls are special, very intelligent and in Tavira there is one who likes to steal food when people leave their table at the Black Anchor pub. They are the free spirits of the sky.