O inicio de 2016 tem sido de muito trabalho no RIAS. Ao contrário dos outros anos em que o mês de Janeiro costuma ser bastante calmo em relação ao número de animais ingressados no centro, este ano a dia 18 de Janeiro já recebemos mais de 120 animais.
Este elevado número deve-se a um surto de doença que está a afectar gaivotas em todo o Algarve. Os sintomas são debilidade e diarreia, que em casos extremos levam à perda de mobilidade o que impede o animal de se mover e de se alimentar. Podem também apresentar anorexia, dispneia e paralisia das pálpebras. Estes são sintomas característicos de intoxicação por biotoxinas e não são novos (todos os anos o RIAS recebe centenas de gaivotas com este diagnóstico). No entanto, um número tão elevado de animais afectados nesta época do ano não é normal.
Já foram realizados vários estudos para averiguar o que provoca este síndrome, no entanto foram inconclusivos. As hipóteses mais prováveis são intoxicação causada por algas ou botulismo.
Neste momento o RIAS tem mais de 60 animais com estes sintomas, 20 dos quais em internamento, que necessitam de cuidados pelo menos duas vezes por dia. No internamento estes indivíduos passam em média entre 2 e 5 dias e estão tão debilitados que não conseguem comer, pelo que é necessário alimentá-los com papa administrada através de sonda. Eles ficam acondicionados em pequenos compartimentos ou transportadoras onde, para facilitar a limpeza diária do espaço, são usados jornais para forrar as instalações.
Como ajudar?
Neste sentido apelamos a quem possa doar jornais e latas de ração húmida de peixe para cão/gato (usada na papa para gaivotas) que as entregue na portaria do Parque Natural da Ria Formosa ou nas nossas instalações.
Pode também contribuir com donativos para a compra de alimento e medicação através do NIB: 0035 0555 00048770830 28 (ALDEIA)
Se encontrar um gaivota como deve proceder?
– Apanhe o animal com o auxilio de um pano ou toalha de forma a cobrir-lhe a cabeça (evita estímulos visuais, acalmando-o);
– Coloque-o numa caixa de cartão adequada ao seu tamanho, como pequenos furos para que possa respirar;
– Entregue o animal no posto da GNR mais próximo, onde os vigilantes da natureza do Parque Natural da Ria Formosa o irão recolher e entregar no RIAS. Em alternativa, pode entregar o animal directamente nas nossas instalações.
Uma resposta
Está situação pode ter a ver com a persistente presença na Ria Formosa de DSP, toxinas que provocam diarreias no lingueirão, um dos alimentos preferidos das gaivotas…