Devolução à Natureza de 2 ouriços-cacheiros (Erinaceus europaeus) e um mocho-galego (Athene noctua)
Quinta de Marim – Olhão
20 de Dezembro de 2012
Estes dois ouriços foram encontrados por uma particular que os recolheu e entregou no RIAS. Os animais encontravam-se numa estrada e, por não ser um local seguro para estes animais, foram devolvidos à Natureza na Quinta de Marim, em Olhão, no próprio dia em que foram entregues.
O mocho-galego foi encontrado no mês de Julho por uma particular em Estói (Faro), após ter caído do ninho. Foi entregue no RIAS no dia 17 de Agosto e, tratando-se de uma cria, o processo de recuperação consistiu em alimentação adequada até ao completo crescimento das penas de voo e posteriormente treinos de voo e caça.
Foi devolvido à Natureza pela particular que o encontrou, que o baptizou de “Victória” no momento da libertação.
Uma vez que este animal foi mantido em cativeiro durante cerca de 1 mês, apresentava um elevado grau de domesticação, o que atrasou todo o seu processo de recuperação. Foi necessário prolongar a sua estadia no RIAS, mantendo o animal constantemente em contacto com outros indivíduos da mesma espécie, para que re-adequirisse os comportamentos naturais desta espécie.
O RIAS alerta novamente todas as pessoas, para que os animais sejam entregues logo imediatamente após a recolha, evitando a sua manutenção em cativeiro. Quanto mais rápida for feita a entrega dos animais, maior o sucesso de recuperação!!
3 Responses
bem hajam continuem esse vosso excelente trabalho
Maravilha, estão todos com bom aspecto! Mas relativamente aos ouriços, é preocupante encontrar (ao que parecem pelo tamanho, juvenis de outono)nesta altura do ano! Tinham mais de 600gr no momento da sua libertação? (caso contrário a probabilidade de sobreviver à hibernação é limitada). Parabéns pelo vosso trabalho.
Bom dia "Amigos Picudos",
Agradecemos desde já o vosso comentário.
Efectivamente tratam-se de juvenis de outono, mas não nos pareceu preocupante libertá-los pois é comum encontrá-los deste tamanho, aqui no Algarve e nesta altura do ano. Não cremos que aqui a hibernação seja tão rigorosa como no resto do país, pois é mesmo muito frequente encontrarmos estes animais durante o inverno, perfeitamente activos e de boa saúde. No ano passado mantivemos os juvenis durante o inverno para que atingissem a condição física ideal, mas o cativeiro prolongado nesta espécie pode ser bastante prejudicial (domesticação, problemas alimentares, etc.). Por tudo isto, a nossa decisão foi devolvê-los à natureza logo após o exame clínico (no próprio dia em que nos foram entregues), pois acreditamos que têm capacidade para sobreviver aqui. Se fosse noutra zona do país, não arriscaríamos. Mesmo com outras espécies, por exemplo de cágados, temos confirmado que a hibernação não acontece aqui no Algarve como se verifica no resto do país.
Mais um vez agradecemos o vosso comentário e esperamos ter esclarecido as dúvidas que surgiram.
Até breve,
Fábia Azevedo (RIAS)