Em meados de novembro foi encontrado um grifo (Gyps fulvus) na região de Castro Marim. Não parecia estar bem, e por isso, os Vigilantes da Natureza da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António (ICNF) decidiram recolhê-lo e trazê-lo até nós.
Quando chegou ao RIAS, esta ave apresentava opistótonos, ou seja, uma postura com hiperextensão da cabeça, da nuca e da coluna vertebral, arqueadas para trás, mas também apresentava tremores na cabeça.
Mas o que suspeitamos que possa ter causado estes sintomas? Bem, esta sintomatologia está associada a intoxicação, e neste caso específico, suspeitamos de pesticidas. Para ajudar à eliminação deste tóxico, foi iniciado de imediato um protocolo de fluidoterapia intravenosa e sub-cutânea e administrada uma solução multivitamínica.
Por sorte, este animal não estava numa condição extremamente grave, e aos poucos, conseguimos que recuperasse a sua condição física, tendo terminado esse processo, numa instalação exterior com 50 metros que lhe permitia ter espaço para voar.
Daí, foi transportado por Vigilantes da Natureza do Parque Natural da Ria Formosa, até à Serra de Alcaria Ruiva, em Mértola, onde rapidamente apanhou as correntes térmicas, e voou para longe.