No final de agosto ingressou no RIAS uma águia-calçada com 4 projéteis de caçadeira e vários ferimentos resultantes dos tiros de que foi alvo. Felizmente conseguiu recuperar e foi devolvida à Natureza.
E em meados de outubro, outra águia-calçada (Hieraaetus pennatus) ingressou. E novamente pelos mesmos motivos! Foi vítima de tentativa de abate a tiro, e como consequência apresentava uma fratura no úmero esquerdo, e um projétil alojado na pata esquerda que pôde ser facilmente retirado.
Projétil retirado da pata esquerda. Imagens de marcia.m.photography |
Foi necessário recorrer a cirurgia para colocar cavilhas de forma a estabilizar a fratura da asa. Vários dias mais tarde, e já estável, foi transferida para uma câmara de recuperação interior.
Uma vez que a fratura começou a ossificar, iniciaram-se sessões de fisioterapia. Nestes momentos foram realizados movimentos suaves de flexão e extensão das diferentes partes da asa com auxílio a uma compressa quente.
Na natureza, esta espécie procura o seu alimento ativamente através da caça, e por isso, em recuperação pode ser complicado a adaptação a esta nova situação. Durante alguns dias, foi então necessário forçar a sua alimentação, pois recusava-se a comer sozinha.
Para nossa surpresa, alguns dias mais tarde começou a devorar com agrado o alimento deixado na instalação, o que facilitou bastante o processo de recuperação.
Atualmente já foi transferida para uma câmara exterior, onde continuará a realizar fisioterapia, em conjunto com os treinos de voo realizados na própria instalação.
Uma resposta
que maravilha (apesar de tudo…).
obrigada pelo vosso trabalho e dedicação.