E quando pensamos não poder surpreender-nos, eis que … Uma cria de mocho-galego (Athene noctua) enredada em fio de cabelo! Sim. Este mocho chegou ao nosso centro desidratado, com a pata direita totalmente enredada, e já com sinais de estrangulamento de um dos dedos.
Cortado este fio de cabelo, foi aplicado um gel para estimular a circulação sanguínea na zona, e evitar uma eventual amputação. Foram também administrados fluidos subcutâneos para compensar a desidratação que apresentava, e deixámos então a pequena ave a repousar.
Felizmente, nada disto lhe tirou o apetite. À primeira oportunidade, comeu de bom grado o ratinho que lhe deixámos – nesta fase, ainda alimento morto.
E assim continuou. Ratinho a ratinho, este mocho foi ganhando forças e cerca de duas semanas mais tarde pôde ser transferido para uma instalação exterior para praticar o voo. Aqui ficou a ambientar-se até decidirmos experimentar a deixar-lhe alimento vivo. Para sobreviver na natureza, é essencial que um mocho consiga caçar. E quando o conseguiu, foi o culminar do seu processo de recuperação.
Foi então devolvido à natureza pelo padrinho António, da APOS, um padrinho já recorrente dos animais do RIAS. Um grande obrigada por todo o apoio!