Duas destas aves eram gaivotas-de-patas-amarelas (Larus michahellis). Uma delas continha um chumbo na zona lombar da coluna (imagem em baixo, à esquerda) e a outra, na cabeça e ombro (imagem em baixo, à direita).
Infelizmente, a localização do chumbo numa destas gaivotas, causou uma lesão medular irreversível que a impossibilitava de caminhar de forma permanente. Sem possibilidades médicas para devolver ao animal a sua autonomia, a equipa veterinária decidiu que deveria ser administrada eutanásia, terminando o sofrimento e angústia causados a esta gaivota.
Também a outra gaivota acabou por não resistir aos graves ferimentos provocados pelos projécteis que frequentemente causam infecções na zona atingida.
Raio-x de duas gaivotas, onde é possível observar os chumbos. |
A terceira espécie, alvo da mesma crueldade, foi um milhafre-preto (Milvus migrans), uma ave de rapina que se alimenta principalmente de animais mortos, e que migra para Portugal em Março para nidificar.
Infelizmente, nem sempre é bem recebido por todos. Durante o exame físico, foram encontradas fraturas em ambos os cúbitos, correspondentes a dois dos três locais onde foi atingido por chumbo.
Foi então necessário fazer ligaduras nas asas, para evitar o movimento e consequente pioria da condição física, e administração de antibiótico. Apresentando também debilidade, por não se conseguir alimentar, recebeu fluídos sub-cutâneos para uma rápida hidratação, e foi-lhe fornecido alimento.
Foi então colocado numa das nossas câmaras de recuperação interiores para ser vigiado de perto nesta fase crítica.