O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) publicou, na passada sexta-feira, um comunicado de interdição de apanha e comercialização de várias espécies de moluscos bivalves no litoral algarvio, de São Vicente a Olhão. O motivo desta interdição prende-se com a presença de elevados níveis de biotoxinas paralisantes que, através da ingestão do bivalve, podem causar intoxicação.
Embora nós, humanos, estejamos conscientes e informados deste perigo, o mesmo não acontece com os outros animais e, por esse motivo provável, cerca de metade dos animais ingressados no RIAS – Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens na semana passada foram gaivotas com um quadro clínico consistente com paresia. Estas gaivotas, algumas delas mortas, encontravam-se magras e desidratadas, e apresentavam sinais clínicos de depressão do estado mental, diarreia, e fraqueza muscular generalizada, normalmente observada na paralisia das patas.
Gaivotas em recuperação em câmara de muda no RIAS. |
No total, deram entrada 55 animais no RIAS durante a semana passada, e para além de nove gaivotas-de-patas amarelas (Larus michahellis) e 21 gaivotas-d’asa-escura (Larus fuscus), contam-se uma cegonha (Ciconia ciconia) com um trauma, um juvenil de grifo (Gyps fulvus) debilitado, um ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus) com suspeitas de doença, e um coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus) com mixomatose, entre outros casos.
Coelho-bravo com mixomatose, actualmente em recuperação no RIAS. |
Por outro lado, o RIAS também abriu as portas para a libertação de vários animais recuperados. Um coelho-bravo ingressado com mixomatose no dia 6 de setembro, teve uma recuperação notável com o auxílio de fluidoterapia e antibióticos, e foi libertado pela menina que o apadrinhou. Foram também libertadas duas rolas-turcas (Streptopelia decaocto) encontradas aqui bem perto, em Quelfes, e que haviam caído do ninho. A marcar o final da semana, realizou-se o primeiro SÁBADO VIVO, um evento no qual se devolveram à natureza quatro animais selvagens!