Certamente já reparou que todas as aves que são devolvidas à Natureza pelo RIAS são previamente marcadas com uma identificação única. Esta marca irá permitir – caso seja observada – conhecer o seu historial. Onde e quando foi anilhada, qual a causa de ingresso no nosso centro, e até mesmo a idade, por exemplo.
Veja aqui casos incríveis de observações ? Por onde andam os animais que recuperam no RIAS
No caso de patos, a marca que permite identificá-los não pode ser apenas uma anilha metálica, pois os seus hábitos maioritariamente aquáticos podem impossibilitar que seja observada. Estas aves são então identificadas com um marca nasal, que é colocada cuidadosamente e sem magoar o animal.
Soubemos recentemente que dia 25 de abril, um dos zarros-comuns (Aythya ferina) – uma espécie considerada ‘Em Perigo’ – libertados pelo RIAS no ano passado, com a marca nasal ‘ED’ foi observado na Quinta de Marim. Esta ave pertencia a uma ninhada de oito zarros que foi encontrada na região de Quarteira e transportada até ao nosso centro.
Também no dia 2 de maio, durante um evento de Bioblitz na Quinta de Marim, foram observados outros três patos com marca nasal. Feita uma pesquisa na nossa base de dados, rapidamente confirmámos que se tratavam de três espécimes recuperados pela equipa do RIAS e devolvidos à Natureza aqui mesmo, na Quinta de Marim.
– pato-real (Anas platyrhynchos; imagem à esquerda) que ingressou no RIAS em 2016
– frisada (Mareca strepera; imagem ao meio) que deu entrada no centro em 2019
– zarro-comum (imagem à direita) que ingressou em 2020
Estes registos reforçam a importância do trabalho dos centros de recuperação de fauna selvagem, especialmente quando algumas das espécies ingressadas têm estatutos de conservação que exigem medidas de conservação.
A devolução à Natureza de um animal pode fazer toda a diferença nas populações dessa espécie.